quarta-feira, 12 de junho de 2013

Audiência Pública debate construção da nova barragem de algodões

Foi realizada na  quinta-feira (11), audiência publica na cidade de Cocal, promovida pela AVABA, Associação das Vitimas da Barragem dos Algodões que tem como presidente o Prof. Corsino Medeiros dos Santos. O objetivo do evento era criar  o pacto ambiental para liberação do licenciamento da construção da Barragem de Algodões II.  Em junho de 2009 o Piauí foi surpreendido com o rompimento da barragem causando 12 vitimas fatais, a morte de milhares de  animais e grandes  prejuízos materiais  e psicológicos aos moradores.
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   Quatro anos se passaram  e as vítimas continuaram amargando o desconforto material e psicológico causado pela tragédia do rompimento. A barragem do Algodões foi uma obra construída no governo Mão Santa  para possibilitar a sobrevivência de milhares de pessoas   que residiam e trabalhavam às margens do rio Pirangi. Era uma grande obra analisada pelo ponto de vista  técnico e social. Como toda barragem, precisava de manutenção por parte do órgão responsável, no caso o governo estadual.
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Os moradores preocupados com a omissão do governo Wellington Dias que deixou a barragem abandonada, informaram à Emgerpi  o  risco do rompimento. Com medo, as famílias abandonaram o local, mas mesmo com as fortes chuvas de maio, o governo estadual orientou os moradores a voltarem para suas casas, afirmando não haver  perigo de rompimento. A  ABAVA lembra que havia na mesma ocasião, ordem judicial determinando o afastamento das famílias em todos os povoados.
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Moradores falam na audiência
Os moradores acreditaram  na Emgerpi, retornaram  para as suas residências e logo depois aconteceu a grande catástrofe que vitimou milhares de pessoas residentes em Cocal e Buriti dos Lopes.
Após 4 anos as famílias que perderam tudo o que tinham, inclusive entes queridos, além da tragédia, são vítimas também do descaso do Estado que além de não indenizá-los com justiça, piorou a situação afastando os moradores das terras que possuíam, alojando-os precariamente em agrovilas que não tem a menor  infraestrutura.  Lá falta água, calçamento, estrada e área para plantio e criação de animais. Não se pode esquecer que as vítimas são pessoas trabalhadoras que viviam da agricultura  e da pecuária e hoje não tem como sobreviver.
Ouvimos a professora Veronica Brito, uma das vitimas de Algodões, que falou: “ temos que começar tudo de novo, reaprender a viver, perdemos tudo. Temos que guardar os sentimentos e as dores e trabalhar muito. O governo nos deu credito nas lojas de 5 mil reais e 60 reais por mês que é muito irrisório e ainda atrasa, estamos aguardando as indenizações e queremos a recuperação da terra para que volte a ser agricultável.”
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Corsino Ribeiro – Presidente da associação das vitimas da barragem de algodões
 O presidente da Associação das Vitimas, sr.Corsino Ribeiro, disse que a barragem vai ser construída sobre uma terra arrasada que não produz mais nada. O edital de licitação não leva em conta a situação das pessoas que lá moravam, tudo foi destruído mata ciliar, vidas humanas  e nada foi feito.
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Prefeito Rubens – Prefeito de Cocal
 O prefeito de Cocal Rubens Vieira, foi enfático em afirmar que a reconstrução da barragem é um sonho da população de Cocal, o rompimento  foi uma das maiores tragédias acontecidas não só em Cocal mais no Brasil, as vitimas ainda não foram indenizadas. A nova barragem vai melhorar a vida das pessoas. Até agora não foi feito nada pela as famílias, só agrovilas que de agro não tem nada. É uma vila sem água e sem a mínima estrutura. As casas são casebres que não cabem mais que duas pessoas e ainda hoje estão sofrendo por falta de amparo do governo do Estado da época.  Espero que na reconstrução as vítimas sejam absorvidas como mão de obra.
 Segundo o promotor Tulio Ciarline, o Ministério Público ajuizou ações contra o Estado. Encontra-se em tramitação.
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Tulio Ciarline – Promotor Publico
A Audiência Pública realizada ontem,  teve o objetivo de clamar por justiça e reivindicar ao Estado     a responsabilidade com o meio ambiente, a justa indenização às vítimas, áreas produtivas, crédito com assistência técnica para poderem resgatar a dignidade e a identidade da agricultura familiar.
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