sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Painel do clima da ONU sobe alerta para aquecimento global

A temperatura da superfície terrestre poderá exceder um aumento de 1,5°C até 2100

Fonte: Rafael Garcia/Reuters
Quem esperava ver o IPCC (Painel Intergovernamental de Mudança Climática) emitir um relatório mais enfraquecido em razão da recente desaceleração no aquecimento global, testemunhou os cientistas da entidade subirem o tom de alerta. Além de manter que a mudança climática é "inequívoca", o documento mostra projeções para o futuro com um grau de certeza melhorado.
Reuters
Aquecimento global: degelo na Gronelândia é um dos fatores que faz subir o nível do mar
"A atmosfera e o oceano se aqueceram, a quantidade de neve e gelo diminuiu, o nível do mar subiu, e as concentrações de gases-estufa aumentaram", diz o Sumário para Formuladores de Política, a seção do documento divulgada nesta manhã.
No final deste século, a temperatura média da superfície terrestre provavelmente vai exceder um aumento médio de 1,5°C até 2100, em relação à média de 1850 a 1900. Isso vale para todos os cenários considerados exceto o mais otimista, no qual emissões de gases estufa sofrem cortes drásticos, atingindo um pico daqui a dez anos e caindo para zero 50 anos depois.
Em um cenário intermediário, no qual as emissões dobram até 2060 e recuam a um nível maior que o atual antes de 2100, a temperatura provavelmente excederá um aumento de 2°C, limite considerado perigoso por cientistas.
A palavra "provavelmente", na linguagem do painel, significa uma propensão acima de 66%, a melhor confiabilidade possível para projeções futuras, baseadas em modelos matemáticos de simulação do clima.
Ao avaliar o efeito das emissões de gases estufa no clima passado, o relatório foi mais contundente. O texto afirma ser "extremamente provável" (95% de certeza) que o aquecimento observado desde o meio do século 20 seja resultado da influência humana no clima. O último relatório, de 2007, dizia que o mesmo era "muito provável" (90%).
Oceanos
O relatório também afirma com "alta confiabilidade" que o aquecimento dos oceanos domina o aumento da energia armazenada no sistema climático. Mais de 90% da energia acumulada pela Terra desde 1971 foi armazenada nos mares, diz o relatório.
"À medida que os oceanos se aquecem e as geleiras e plataformas de gelo se reduzem, o nível do mar continuará a aumentar, mas a uma taxa mais rápida do que aquela que experimentamos ao longo dos últimos 40 anos", afirmou Qin-Dahe, co-presidente do Grupo 1 do IPCC. O aumento do nível do mar entre 1900 e 2012 foi de 19 cm.
Hiato
A questão da desaceleração do aquecimento global nos últimos 15, o "hiato" da mudança climática, tomou grande parte do tempo de discussão dos delegados do IPCC que se reuniram nesta semana. O texto final do relatório lidou com o fenômeno afirmando que a temperatura média global de superfície "exibe substancial variabilidade interanual e decadal" apesar de um "robusto aquecimento multi-decadal" verificado.
"Como exemplo, a taxa de aquecimento ao longo dos últimos 15 anos (1998-2012); 0,05°C por década), que começa com um forte El Niño, é menor do que a taxa calculada desde de 1951 (1951-2012; 0,12°C por década)", afirma o relatório.

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