terça-feira, 11 de novembro de 2025

Novembro Azul: o peso dos tabus sobre a saúde do homem

Mesmo com campanhas de conscientização cada vez mais amplas e reforçadas durante o Novembro Azul, muitos homens ainda resistem em procurar ajuda médica ou psicológica. Essa barreira cultural, enraizada em padrões de masculinidade que associam o cuidado à fragilidade, tem consequências diretas sobre a saúde física e mental masculina.



De acordo com o psicólogo Demétrio Félix Beltrão da Silva, coordenador do curso de Psicologia da Afya Parnaíba, a resistência é fruto de um contexto social que ainda reforça comportamentos prejudiciais.


"A resistência é advinda de um contexto social enraizado em uma cultura que causa resistência na busca de ajuda médica e psicológica. As campanhas buscam trabalhar com o foco na prevenção, porém é importante ampliar esse olhar para a sociedade como um todo, visto que essa resistência inviabiliza a adesão necessária", explica.


O especialista destaca que o machismo e os padrões de masculinidade tradicional ainda ditam a forma como os homens lidam com o próprio corpo e com as emoções.


"A premissa de que homem não deve externalizar as emoções porque precisa ser forte acaba por alimentar um pensamento que está ultrapassado. As emoções devem ser validadas, e devemos ficar atentos aos sintomas de doenças psicossomáticas, que têm origem emocional e vêm crescendo consideravelmente nos últimos anos", alerta.


As consequências dessa cultura do silêncio são graves. Segundo o psicólogo, a dificuldade em reconhecer e tratar as próprias vulnerabilidades tem levado a um aumento expressivo dos quadros de ansiedade, depressão e estresse.


"Há um aumento das crises de ansiedade, sintomas depressivos que causam a sensação de impotência diante das dores, bem como o agravamento de fatores relacionados à saúde mental. Além disso, algumas condições físicas de cunho psicossomático podem surgir, como dores crônicas, alterações gastrointestinais, doenças dermatológicas e problemas respiratórios", diz.


Para o especialista, desconstruir esses tabus é um passo fundamental para promover a saúde integral do homem. "Alguns homens, infelizmente, só buscam ajuda quando o problema está crônico. A ideia de associar o exame de próstata à perda da masculinidade alimenta um preconceito desnecessário que não ajuda em nada o tratamento do homem", reforça.


"A informação sobre o protocolo do exame deve ser uma aliada para conversar sobre a saúde e o autocuidado", complementa Demétrio Félix, que é mestre em teologia e especialista em tanatologia.


Formação em Psicologia com foco em saúde integral


Recém-lançado pela Afya Parnaíba, o curso de Psicologia chega com uma proposta moderna e interdisciplinar, alinhada às novas demandas da área da saúde. O curso se destaca pela formação voltada à prática clínica e ao cuidado integral do ser humano, integrando saberes científicos e humanizados. O vestibular está com inscrições abertas.

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