Mais um vexame. A reportagem da Revista Veja, edição que coloca o Piauí como o pior Estado para investimentos estrangeiros, reúne elementos suficientes para ruborizar a cara dos políticos que durante séculos revezam-se no poder, com poucas mas nenhuma honrosa exceção. Provavelmente, apenas um ou outro se envergonhará, verdadeiramente, diante de uma constatação tão desabonadora. Mas, certamente, nenhum deles abrirá mão dos privilégios que ostenta, incompatíveis com os resultados pífios que apresenta nas suas funções executivas ou legislativas. Com a cara vermelha de vergonha fica o piauiense, exposto a mais um constrangimento nacional e já exaurido nas suas tentativas de demonstrar auto-estima perante os patrícios de outras plagas.
Apenas um dos procedimentos aplicados pela Revista Veja para compor o ranking dos estados brasileiros quanto à atratividade para os investimentos estrangeiros, explica péssimo desempenho do Piauí. Diz o texto da revista: “Não foi analisado o desempenho dos governantes, mas das políticas públicas implementadas ao longo dos últimos anos”. Eis o “xis” da questão. O fortalecimento das instituições nunca passou de uma quimera vislumbrada apenas por poucos, vez que sequer constitui-se em causa incorporada pelos postulantes aos cargos mais elevados do Estado. Também nunca houve tal cobrança do eleitorado. Assim é que vê-se modelos administrativos passarem sem deixar um legado que valha à pena. Por último, viu-se uma campanha em que o candidato Wilson Martins(PSB) prometia dar prosseguimento ao projeto administrativo do seu padrinho político, Wellington Dias(PT). A despeito de não ser nenhum primor modernista, a nova gestão divorciou-se cedo dos ideais de seus benfeitores e agora aponta o indicador para o passado, responsabilizando os governos passados pelos infortúnios estampados em letras, números e infográficos, pela Revista Veja.
Respondendo interinamente pelo Governo do Estado, devido a viagem do titular aos Estados Unidos, coube ao vice-governador Moraes Sousa Filho(PMDB), a tarefa de espinafrar os antecessores. Nada mal se ele próprio não fizesse parte de uma casta de políticos influentes no Estado, estrategicamente aboletados há décadas nas mais poderosas máquinas estatais e para-estatais. Para assumir a governança do Estado, em sua primeira interinidade, teve que licenciar-se do cargo de presidente da Federação das Indústrias do Piauí, cargo herdado do pai que esteve por mais de vinte anos no comando da instituição, além de ter passado pelas cadeiras de deputado estadual, por cinco vezes, e de deputado federal, por uma vez. Seu tio, Francisco Moraes Sousa(Mão Santa), governou o Piauí por duas vezes seguidas. Outro parente próximo, Alberto Silva, também dirigiu o Piauí, igualmente por dois mandatos. A primeira incursão administrativa deste último coincidiu com o chamado “milagre brasileiro” que despejou dinheiro a fundo perdido para os mais distantes rincões brasileiros. Mas o Piauí lucrou muito pouco: algumas pontes, uma barragem com suas “eclusas inconclusas”, como a inspirar uma espécie de cordel do atraso, entre outrascositas mas, sem impacto singficativo para o desenvolvimento do Piauí que hoje se revolve em pensamentos separatistas. Há quem queira passar uma linha divisória na metade da bota, criando o Gurguéia na parte de baixo.
Num estado sem predominância do paternalismo e do personalismo não haveria necessidade do governante plantonista direcionar o seu indicador para gestões anteriores, visto que todo o esforço teria sido despreendido em virtude de programas com paternidade difusa. Mas como, numa reedição grosseira do passado, não há efetivamente uma política de Estado, mas uma plataforma política rubricada por um punhado de partidos, os atuais dirigentes fadam-se ao mesmo fim de terem um dedo em riste no nariz, imputando-lhes culpas. As palavras do vice-governador, nesta ocasião, são as palavras do Governo do Estado. Como manifestação oficial soaram como meras desculpas quando deveriam ter o condão de apresentar alternativa às mazelas apontadas pela Revista Veja. Ou o Piauí não tem um projeto redentor capaz de catapultá-lo a uma posição de respeito no cenário dos investimentos estrangeiros? Faltou fundamentação. Apontar culpados não resolve o problema. O Piauí espera um projeto inteligível com o qual possa associar-se na sua autoria.
Até quando veremos o Piauí servir de banquete aos abutres, como nesta reportagem da Revista Veja? Nossas mazelas e fraquezas ficam ainda mais latentes e vergonhosas quando narradas por uma publicação parcial e engajada que carrega nas tintas e capricha nas frases de efeito para escarafunchar nossas feridas, proclamar nossas vergonhas, dizer que somos o patinho feio da república e nos pegar pelo braço e nos colocar no fim da fila.Nossos governantes estaduais não são mais neófitos na função. Governam o Piauí há um ano e meio, mas parece que não têm resultados capazes de provar à Revista Veja que ela está errada.
Por F.Carvalho
Apenas um dos procedimentos aplicados pela Revista Veja para compor o ranking dos estados brasileiros quanto à atratividade para os investimentos estrangeiros, explica péssimo desempenho do Piauí. Diz o texto da revista: “Não foi analisado o desempenho dos governantes, mas das políticas públicas implementadas ao longo dos últimos anos”. Eis o “xis” da questão. O fortalecimento das instituições nunca passou de uma quimera vislumbrada apenas por poucos, vez que sequer constitui-se em causa incorporada pelos postulantes aos cargos mais elevados do Estado. Também nunca houve tal cobrança do eleitorado. Assim é que vê-se modelos administrativos passarem sem deixar um legado que valha à pena. Por último, viu-se uma campanha em que o candidato Wilson Martins(PSB) prometia dar prosseguimento ao projeto administrativo do seu padrinho político, Wellington Dias(PT). A despeito de não ser nenhum primor modernista, a nova gestão divorciou-se cedo dos ideais de seus benfeitores e agora aponta o indicador para o passado, responsabilizando os governos passados pelos infortúnios estampados em letras, números e infográficos, pela Revista Veja.
Respondendo interinamente pelo Governo do Estado, devido a viagem do titular aos Estados Unidos, coube ao vice-governador Moraes Sousa Filho(PMDB), a tarefa de espinafrar os antecessores. Nada mal se ele próprio não fizesse parte de uma casta de políticos influentes no Estado, estrategicamente aboletados há décadas nas mais poderosas máquinas estatais e para-estatais. Para assumir a governança do Estado, em sua primeira interinidade, teve que licenciar-se do cargo de presidente da Federação das Indústrias do Piauí, cargo herdado do pai que esteve por mais de vinte anos no comando da instituição, além de ter passado pelas cadeiras de deputado estadual, por cinco vezes, e de deputado federal, por uma vez. Seu tio, Francisco Moraes Sousa(Mão Santa), governou o Piauí por duas vezes seguidas. Outro parente próximo, Alberto Silva, também dirigiu o Piauí, igualmente por dois mandatos. A primeira incursão administrativa deste último coincidiu com o chamado “milagre brasileiro” que despejou dinheiro a fundo perdido para os mais distantes rincões brasileiros. Mas o Piauí lucrou muito pouco: algumas pontes, uma barragem com suas “eclusas inconclusas”, como a inspirar uma espécie de cordel do atraso, entre outrascositas mas, sem impacto singficativo para o desenvolvimento do Piauí que hoje se revolve em pensamentos separatistas. Há quem queira passar uma linha divisória na metade da bota, criando o Gurguéia na parte de baixo.
Num estado sem predominância do paternalismo e do personalismo não haveria necessidade do governante plantonista direcionar o seu indicador para gestões anteriores, visto que todo o esforço teria sido despreendido em virtude de programas com paternidade difusa. Mas como, numa reedição grosseira do passado, não há efetivamente uma política de Estado, mas uma plataforma política rubricada por um punhado de partidos, os atuais dirigentes fadam-se ao mesmo fim de terem um dedo em riste no nariz, imputando-lhes culpas. As palavras do vice-governador, nesta ocasião, são as palavras do Governo do Estado. Como manifestação oficial soaram como meras desculpas quando deveriam ter o condão de apresentar alternativa às mazelas apontadas pela Revista Veja. Ou o Piauí não tem um projeto redentor capaz de catapultá-lo a uma posição de respeito no cenário dos investimentos estrangeiros? Faltou fundamentação. Apontar culpados não resolve o problema. O Piauí espera um projeto inteligível com o qual possa associar-se na sua autoria.
Até quando veremos o Piauí servir de banquete aos abutres, como nesta reportagem da Revista Veja? Nossas mazelas e fraquezas ficam ainda mais latentes e vergonhosas quando narradas por uma publicação parcial e engajada que carrega nas tintas e capricha nas frases de efeito para escarafunchar nossas feridas, proclamar nossas vergonhas, dizer que somos o patinho feio da república e nos pegar pelo braço e nos colocar no fim da fila.Nossos governantes estaduais não são mais neófitos na função. Governam o Piauí há um ano e meio, mas parece que não têm resultados capazes de provar à Revista Veja que ela está errada.
Por F.Carvalho
Até eu já sabia!!! Na verdade o Piauí, continua e está se tornando ainda mais um Estado de CALAMIDADE!!!
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