terça-feira, 10 de julho de 2012

Advogados se contradizem e Bruno nega caso com Macarrão

Bruno e Macarrão estão presos em Minas Gerais. Foto: Luiz Costa/Hoje em Dia/Futura Press

Bruno e Macarrão estão presos em Minas Gerais
Foto: Luiz Costa/Hoje em Dia/Futura Press

Francisco Sinim, um dos advogados de Bruno, disse que o goleiro negou ter uma relação amorosa com Macarrão, como chegou a dizer o outro defensor do atleta, Rui Pimenta. "Pimenta se baseou na tatuagem que Macarrão tem. Bruno deixou claro que a carta queria pôr fim à amizade dos dois", afirmou Sinim. A tatuagem diz: "Bruno e Maka. A amizade nem mesmo a força do tempo irá destruir, amor verdadeiro". Pimenta tem insistido em afirmar que Bruno e Macarrão tiveram relacionamento homossexual. Disse ainda que Eliza Samudio participava de orgias com os dois. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo, que após ouvir Sinim tentou contato com Pimenta, que não atendeu.

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Numa carta publicada pela revista Veja, Bruno diz ao amigo que, após conversar muito com os advogados, eles chegaram à conclusão de que "a melhor forma para resolvermos isso é usando o plano B". Segundo a revista, o plano A seria negar o crime. No plano B, Macarrão assumiria a culpa para livrar o goleiro da cadeia. Em nota divulgada ontem, a Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais informou que "nos registros de correspondências enviadas e recebidas por detentos do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Nova Contagem, não consta carta escrita pelo preso Bruno Fernandes de Souza ao preso Luiz Henrique Ferreira Romão". Porém, Bruno confirmou a autoria da carta através de Pimenta.

O caso Bruno
Eliza desapareceu no dia 4 de junho de 2010 quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano anterior, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, então com 4 meses, estava lá. A então mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado.

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em dois depoimentos, admitiu participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de 17 anos relatou que a ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Todos negam participação e se recusaram a prestar depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. Além dos oito que foram presos inicialmente, a investigação apontou a participação de uma namorada do goleiro, Fernanda Gomes Castro, que também foi indiciada e detida. O Ministério Público concordou com o relatório policial e ofereceu denúncia à Justiça, que aceitou e tornou réus todos os envolvidos. O jovem de 17 anos, embora tenha negado em depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, foi condenado no dia 9 de agosto pela participação no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado.

No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão por cárcere privado, lesão corporal e constrangimento ilegal, e seu amigo, três anos de reclusão por cárcere privado. Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola serão levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson também irão a júri popular, mas por sequestro e cárcere privado. Além disso, a juíza decidiu pela revogação da prisão preventiva dos quatro. Flávio, que já havia sido libertado após ser excluído do pedido de MP para levar os réus a júri popular, foi absolvido. Além disso, nenhum deles responderá pelo crime de corrupção de menores.

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