As manifestações de hoje (7), na capital federal, foram marcadas por
confrontos entre populares e o forte esquema de segurança montado pelo
Governo do Distrito Federal (GDF) em torno do Estádio Nacional Mané
Garrincha, onde as seleções do Brasil e da Austrália disputarão um
amistoso. Para não deixar os manifestantes se aproximarem do estádio,
soldados da Tropa de Choque da Polícia Militar utilizaram bombas de
efeito moral, spray de pimenta, gás lacrimogêneo e bala de borracha.
Os manifestantes, por sua vez, se dividiram em grupos para tentar burlar
o esquema de segurança. Ocorreram confrontos nas proximidades de dois
shoppings centers e na rodoviária da cidade, na região central do Plano
Piloto. Pelo menos 30 pessoas foram detidas pelos policiais. Jornalistas
também foram atingidos durante os confrontos no centro da capital.
No Setor Hoteleiro Sul, nas proximidades do Hotel Planalto Bittar,
policiais da Tropa de Choque agrediram as pessoas que passavam pelo
local. Após a reclamação de um manifestante contra a postura adotada, um
policial disparou uma bomba de gás lacrimogêneo contra a cabeça dele. O
repórter da Agência Brasil, Luciano Nascimento, foi apurar o ocorrido
e, mesmo se identificando, foi agredido por três policiais com spray de
pimenta e empurrões.
(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr) |
"Eles não conversaram em nenhum momento, chegaram disparando bomba e
spray de pimenta. Eram muitos”, disse a estudante Leticia Hellen, que
presenciou o ocorrido.
Os manifestantes protestavam contra a falta de transparência e os gastos
excessivos com as obras da Copa do Mundo. "Algumas pessoas falam que as
obras vão ficar para a população, mas, os mais de R$ 2 bilhões gastos
no estádio não serviram para a população pobre da periferia, que sofre
com a falta de escolas e de saúde”, disse o integrante do movimento
Levante Popular, Francis Rocha.
O integrante do Movimento Copa para Quem?, Vinícios Lobão, destacou que
para as obras preparatórias nas cidades sedes da Copa do Mundo,
ocorreram “mais de 250 mil remoções e as pessoas que foram removidas não
estão sendo realocadas em lugares adequados".
Quando a manifestação chegou nas proximidades do estádio, a polícia
começou a atirar balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e de
efeito moral contra os manifestantes. Houve correria. Um grupo se
dirigiu para o Setor Hoteleiro Sul e outra parte foi em direção a
rodoviária.
Fonte: Agência Brasil
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