quarta-feira, 4 de abril de 2012

Estádios da Copa estão dentro do cronograma, mas custos sobem

Custo da obra do Maracanã foi inflacionado desde seu início. Foto: ANGULAR FOTOGRAFIAS AÉREAS/Divulgação

Custo da obra do Maracanã foi inflacionado desde seu início
Foto: ANGULAR FOTOGRAFIAS AÉREAS/Divulgação

Cinco dos 12 estádios da Copa do Mundo de 2014 estão com mais de 50% das obras concluídas a pouco mais de dois anos do início da competição, segundo levantamento do governo federal divulgado nesta terça-feira. Porto Alegre, com apenas 20% das obras executadas, é a sede mais atrasada.

» Quem está envolvido na Copa de 2014 merece levar um chute no traseiro?

O andamento de todas as obras é considerado "dentro do cronograma de trabalho estabelecido" pelo governo federal, apesar dos problemas enfrentados pelo Beira-Rio, que teve as obras retomadas apenas no mês passado após nove meses de paralisação por um problema entre o Internacional, dono do estádio, e a construtora responsável.

Além da capital gaúcha, Natal é a outra cidade-sede com mais trabalho a fazer pela frente. A Arena das Dunas tem 20,56% de suas obras realizadas e a previsão de conclusão é dezembro de 2013, apenas seis meses antes do início do Mundial.

Fortaleza (60,44%), Belo Horizonte (55%), Salvador (55%) Brasília (54%) e Curitiba (52%) são as cidades que já concluíram ao menos metade das obras de reforma ou construção para a Copa de 2014, segundo dados fornecidos por autoridades das cidades ao governo federal.

O Maracanã, palco da final da Copa e que passa por uma reforma completa, está com 39% da obra concluída, enquanto o estádio do Corinthians, que receberá o jogo de abertura do Mundial em São Paulo no dia 12 de junho de 2014, tem 30% das obras executadas.

Se o governo considera as obras dos estádios dentro do cronograma -ao contrário do que se vê nas obras de infraestrutura -, o custo total das construções das arenas mais do que triplicou em relação a previsão inicial de 2007, quando o Brasil foi oficializado como sede.

A estimativa oficial atual de R$ 6,7 bilhões (US$ 3,68 bilhões) está bem acima dos 1,4 bilhão de euros (US$ 1,87 bilhão) gastos pela Alemanha em seus 12 estádios para a Copa de 2006 e é mais que o dobro que o US$ 1,48 bilhão que a África do Sul gastou em 10 arenas dois anos atrás.

"Não entendo como um estádio no Brasil precisa custar R$ 500 milhões enquanto há exemplos de estádios construídos em outras partes do mundo com 40.000 ou 50.000 lugares que custaram menos da metade", disse Amir Somoggi, diretor da área de consultoria esportiva da BDO Brazil, uma empresa de auditoria.

Só a reforma do Maracanã vai custar mais de R$ 1 bilhão ao governo do Rio de Janeiro, num estádios que já tinha passado por reformas para o Mundial de Clubes da Fifa de 2000 e os Jogos Pan-Americanos de 2007.

A necessidade detectada somente durante as obras de construir uma nova cobertura para o estádio aumentou ainda mais os custos previstos para a reforma.

Outro problema é a utilização de alguns estádios após a Copa. Em Cuiabá, por exemplo, que não tem nenhum clube de expressão no futebol nacional, o novo estádio vai custar R$ 520 milhões para receber apenas quatro jogos da primeira fase da Copa.

Manaus está gastando mais de R$ 533 milhões numa nova arena, apesar de seu melhor clube estar apenas na quarta divisão do Campeonato Brasileiro.

As obras dos estádios tem financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com taxa de juros subsidiadas, de até R$ 400 milhões ou o limite de 75% do valor total da arena. O restante do valor é de responsabilidade dos donos dos estádios - em nove deles os governos estaduais.

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